sexta-feira, 21 de agosto de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

I must...

“I must learn to love the fool in me the one who feels too much, talks too much, takes too many chances, wins sometimes and loses often, lacks self-control, loves and hates, hurts and gets hurt, promises and breaks promises, laughs and cries”

Theodore Isaac Rubin

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sobre o direito a sentir saudade


Existe um direito que muitas vezes nos é negado. O direito à saudade. Pode parecer estranho dito assim. Mas basta olharmos para as nossas próprias vidas para ver como muitas vezes nos é negado. Quando falo no direito à saudade falo no direito a proclamar esse sentimento. O direito de o dizer em voz alta. A saudade vive das memórias e apenas quando os intervenientes estão de acordo se pode proferir essa palavra. Quando isso não acontece é apenas um sentimento escondido.

Hoje, quero poder dizer que sinto a tua falta. Tenho saudades tuas. Não existe espaço para eu te dizer estas palavras, não é permitido dizê-las. Não existe um único dia que passe em que não pense em ti... Talvez um dia descubras isso. Não que isso vá alterar a nossa situação. Às vezes apenas gostava que soubesses que sinto saudade.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sobre o movimento TwitMedula



Quando pela primeira vez vi, na minha timeline do twitter, a @InesRibeiro, a @paulapico e o @NunoSarandes falarem sobre a inscrição de dadores de medula óssea achei a ideia muito interessante.
O twitter tem-se revelado uma fferramenta de mobilização. Exemplo disso, a uma escala global, foram as eleições no Irão e a nível local a recepção ao @calvas no aeroporto ou a manifestação contra as más condições climatéricas organizada pelo @pedrotochas via twitter.


Esta capacidade de organização que é cada vez mais possível em Portugal, permitiu a constituição do movimento #Twitmedula.


Partindo de uma vontade da @InesRibeiro, apoiada pela @paulapico de contribuir para esta causa solidária, a mobilização levou não uma, mas nove pessoas a se tornarem doadores de medula óssea.
Julgo que em comum teríamos uma vontade de contribuir para esta causa.

Posso aqui resumir o que me levou a aderir a este movimento. Em primeiro lugar, foi claramente, o achar esta causa importante e ter uma vontade prévia de me tornar doadora.

O twitter permitiu pôr em prática esta vontade. Um dia e uma hora marcada e companhia. Pode parecer ridículo, mas a verdade é que, muito dificilmente, me ausentaria uma manhã do trabalho para proceder a esta inscrição. Seria simplesmente uma vontade, que só passaria a uma realidade se as circunstâncias o permitissem. O twitter criou essas circunstâncias.

Mesmo que não tivesse aparecido mais ninguém, eu sabia que a @InesRibeiro e a @paulapico lá estariam à hora combinada. Em vez de uma inscrição seriam duas.

Foram nove pessoas. Importante? Na minha opinião sim. Nove pessoas que não se conheciam pessoalmente aderiram a um movimento por uma causa maior.

Continuo a acreditar no ser humano. O que se passou no dia 8 de Julho de 2009, para mim, é mais uma esperança renovada. É acreditar num mundo que respeita a diferença e que trabalha em conjunto para um futuro melhor.

Respondendo à pergunta do @RickBatista, como me senti ao participar desta experiência, a resposta é simples: senti-me e sinto-me bem.

Obrigada a todos os presentes por me terem feito sentir assim: @InesRibeiro, @paulapico, @JoanaRSSousa (e mano lindo), @RickBatista, @designerferro, @estounanet, @diogocavaleiro, @cesar1977, @tonyvirtual e a nossa twitter do Porto @Catarina_SCC.

Um especial obrigado ao @nunosarandes e a todos os twitters que divulgaram o movimento #Twitmedula.

Hope is not a dream but a way of making dreams become reality.

Podem ver mais aqui: #TwitMedula

sexta-feira, 3 de julho de 2009

On a clear day you can see forever

Mágico... Não resisti... Obrigada Pascal...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sobre Junho 2009


Este mês foi repleto de surpresas.

Estava eu em comiseração total quando de repente aconteceram as eleições no Irão... E, numa bela sexta-feira à noite vi-me levada através do twitter para o meio da revolta iraniana. As novas tecnologias têm disto e dão um novo sentido à expressão 'em directo'. Não era na TV (que ignorou completamente a situação, até o Obama ter falado no assunto) era na primeira pessoa. Era aquele estudante de farmácia, barricado na residência, que não sabia dos colegas, que relatava a milhares de pessoas em todo o mundo o que se passava na sua cidade. Revolta-me seriamente todas as situações que põem em causa a Liberdade das pessoas. Assim deu-se um click...
Durante 3 dias não dormi a acompanhar todos os pormenores da situação. Iniciei discussões na net, critiquei os media, aderi a causas e continuo a usar o meu avatar verde no Twitter.
As eleições no Irão fizeram ressuscitar o meu verdadeiro eu. Puseram o meu cérebro a pensar e o meu coração a sofrer com algo maior do que apenas eu.

A pouco e pouco recupero.


Aproveitei Junho para:
trocar um amor perdido por uma amizade descontraída
lamentar a morte do Michael Jackson e dar-me conta que as suas músicas fazem parte da minha vida
discutir política e o estado do país com deputados e jornalistas no twitter
trocar emails com o Francisco Louçã a criticar a apatia do Bloco em relação ao Irão
irritar-me com o golpe de estado nas Honduras
ver o documentário Earth e deslumbrar-me com o nosso mundo
ficar chocada com o documentário da Farrah Fawcett sobre o seu cancro por ser tão intimista
ficar triste com a morte de Pina Bausch e recordar o Café Müller
estar zangada e com raiva mas não me sentir culpada por isso
trabalhar

Vamos ver o que Julho me reserva...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Apontamento

A minha alma partiu-se como um vaso vazio.
Caiu pela escada excessivamente abaixo.
Caiu das mãos da criada descuidada.
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.

Asneira? Impossível? Sei lá!
Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.

Fiz barulho na queda como um vaso que se partia.
Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada.
E fitam os cacos que a criada deles fez de mim.

Não se zanguem com ela.
São tolerantes com ela.
O que era eu um vaso vazio?

Olham os cacos absurdamente conscientes,
Mas conscientes de si mesmos, não conscientes deles.

Olham e sorriem.
Sorriem tolerantes à criada involuntária.

Alastra a grande escadaria atapetada de estrelas.
Um caco brilha, virado do exterior lustroso, entre os astros.
A minha obra? A minha alma principal? A minha vida?
Um caco.
E os deuses olham-o especialmente, pois não sabem por que ficou ali.

Álvaro de Campos musicado maravilhosamente por Margarida Pinto