Porque é que achamos que sermos como somos é a nossa principal incapacidade para ser feliz?
Porque só conseguimos olhar para os nossos defeitos, para as nossas culpas, para o que não temos, para o que queríamos ser e não somos?
O que é que nos tolda e nos torna incapaz de nos vermos como um todo? E, acima de tudo, porque achamos sempre que nunca ninguém nos vai amar? Que nunca ninguém nos vai compreender? Que nunca ninguém nos vai dar o que necessitamos?
Talvez seja chegada a altura de olhar para nós. Seres imperfeitos à procura... E assumirmos que somos assim: encantadoramente imperfeitos. Com dúvidas e erros e sempre em busca de nós e dos outros.
Sermos nós próprios não é uma incapacidade. É uma coisa realmente fantástica, sermos únicos, fechados no nosso invólucro e sentir coisas que nunca ninguém vai sentir. Apesar de o sentirmos muitas vezes como uma solidão, existem momentos, pequenos momentos. Uma estrela que risca o céu a anos-luz da terra, um ápice, um macro-segundo em que conseguimos estar em sintonia com o outro. E, na minha opinião, vale a pena viver só para sentir isso.
É magia...
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