segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sobre a Madonna

Sim, vou falar da Madonna. Ou melhor, vou falar das mulheres no séc. XXI. Quer se goste ou não da Madonna, ela é um símbolo da luta feminina. Ela trouxe para a praça pública uma série de questões importantes em relação ao papel da mulher na sociedade.
Estas são as questões que acho mais relevantes:

1. Como se gere uma carreira nos dias de hoje.
Não existe nenhuma fórmula especial para se gerir uma carreira. Apenas é preciso inteligência.
Em primeiro lugar, é necessário acreditar. Sem isto nada é possível. Temos, obrigatoriamente de acreditar nas nossas capacidades. Temos que ser humildes ao ponto de identificarmos as nossas fraquezas e, em seguida rodear-nos das pessoas que fazem melhor que nós, ou seja, delegar funções. Temos que fasear bem a nossa progressão. É imprescindível estabelecer objectivos realistas e caminhar sempre focada no objectivo geral.

2. A mulher e o desejo
Chegando aos 4 cantos do mundo, Madonna mostrou que a mulher, mais do que um elemento erótico para o homem, tem desejo, fantasia e poder sexual. Falou de masturbação, ménage, lesbianismo, orgia, sado-masoquismo, iniciativa sexual, ou seja, conseguiu pôr todo o mundo a falar de sexo. Neste aspecto, fez mais pela libertação sexual da mulher, do que muitas feministas.
Madonna começou a falar disto nos saudosos anos 80. Hoje passaram mais de 20 anos e, infelizmente, o papel da mulher no sexo continua, na nossa sociedade, a ser tratado como tabu. A sociedade, a educação e tudo o que nos rodeia, continua a propagar uma mentalidade pequena, mesquinha e preconceituosa na cabeça das mulheres e pior de tudo na cabeça dos homens.
Curto e grosso: os homens gostam de foder mas não gostam de ser fodidos!
Admiram as mulheres independentes, com poder, que ganham mais do que eles, sensuais e sexuais, que são as que tomam a iniciativa numa relação mas, apenas admiram. Quando lhes aparece uma à frente não têm capacidade de lidar com elas. E podem dizer que sou preconceituosa, que não posso julgar todas as pessoas pela mesma bitola, mas a verdade é que mais do que falar eu já vivi estas situações. Os homens são muito inseguros e assustam-se facilmente. Pensam que de algum modo não estão à altura. Claro que isto é mentira. Não existe quem está mais acima ou abaixo. Todos somos diferentes. Talvez quando compreenderem isso as coisas mudem.
Os homens divertem-me com os seus julgamentos sobre o sexo feminino. Acham que por uma mulher tomar a iniciativa já está perdidamente apaixonada. Assusta-os pensar que naquele momento, essa mulher o que teve foi tesão por ele e só isso. Acho que tudo mexe com o ego. O homem pode transformar a mulher em objecto sexual mas, quando o contrário se passa, já não é possível. E mesmo depois de perguntarem e nós esclarecermos eles continuam a pensar o mesmo.
Como dizia anteriormente, as pessoas não são tão inteligentes como pensamos...

3. Mãe, mulher, amante, profissional, etc, etc, etc...
O prisma fantástico que as mulheres têm e a capacidade de conseguirem fazer o seu melhor em todas as circunstâncias. Não tem que se optar, pode-se ter tudo, fazer tudo, basta querer e saber, claro. Não vou ser hipócrita ao dizer que está ao alcance de todos. Mas, está com certeza, ao alcance daqueles que não desistem.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que gosto muito na Madonna é o facto de ter contribuído, tal como disseste, para a sexualidade feminina.
O album Erotica, o fantástico livro Sex... tudo isto deu voz a uma sexualidade que se propagou, que contribuiu para hoje surgir uma ubiquidade do sexo.
Mas a ubiquidade sexual na verdade, apesar de se caracterizar com uma omnipresença da imagética sexual nesta "pornotopia" em que vivemos, não se verifica propriamente com um maior à vontade no que se refere à emancipação feminina.
Tal como Madonna disse: Express yourself, don't repress yourself.