sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sobre a tristeza

Um dia, em conversa com um amigo que é cientista, ele dizia-me que o grau de inteligência se poderia medir pela complexidade de emoções. Ou seja, quanto menos emoções o nosso cérebro conseguisse reproduzir mais felizes seríamos e menos inteligentes também.
Interessante esta teoria.
Muitas vezes penso que as pessoas que se dedicam menos tempo a pensar e a dissertar sobre as situações são sem dúvida as que passam pela vida mais leves.
É incrível a quantidade de sentimentos que o nosso cérebro consegue produzir em determinadas situações.
O meu processo emocional nas situações mais difíceis tem sempre o mesmo final - a tristeza. Acho que o corpo e a alma ficam tão desgastados na procura de justificações e alternativas que acaba por ceder. Tenho uma grande incapacidade, não consigo odiar, não consigo sentir raiva por uma pessoa durante muito tempo. Todos os sentimentos provocados por uma situação acabam por se resumir a este estado letárgico.

Hoje não consigo deixar de sentir uma tristeza profunda. Daquelas que criam um vazio na alma e nos consomem todo o ser. Era tão melhor que as pessoas pudessem olhar para dentro umas das outras e vissem realmente o que se passa. Era tão mais simples se as pessoas fossem simples. Mas não somos e muitas vezes reagimos da pior maneira possível.
Hoje sou uma pessoa diferente, hoje sei que tenho o direito de me sentir magoada com alguém. Cheguei a uma fase da minha vida em que decidi me pôr em primeiro lugar. As pessoas não têm o direito de fazerem aquilo que querem e esperar sempre compreensão de mim. Também tenho o direito de sofrer. Não posso e não quero perdoar tudo o que me fazem.
Proteger-me não me deixa mais feliz. Não me entregar não me deixa mais feliz.
Estou simplesmente triste.

Um comentário:

Anônimo disse...

Também penso muitas vezes nisso...

ignorance is definitely, bliss.